terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Volume I

AGRURA

Que palavra tão estranha
Que revela coisas feias.
Se tudo é patranha
Porque ficamos a meias?

Tudo o que nos rodeia
Tem a sua razão de ser,
Ficamos numa teia
Sem a querermos ter.

Só temos cinco sentidos
Todos muito atentos,
Não nos fazemos entendidos
Será que somos lentos?

Muito mais queremos
Do que aquilo que temos,
Será que não podemos
FICAR ASSIM!

Estoril, 15 de Julho de 2003

Francisco da Renda


AINDA O MAR

Fez-me companhia desde que nasci
Exacerbou tudo o que senti
Fez-me crescer.

Deu-me a noção de ser minúsculo
Ensinou-me a contemplar o crepúsculo
Fez-me viver.

Mostrou-me o contraditório
Foi o meu grande oratório
No mar vou a enterrar.

Estoril, 27 de Março de 2005

Francisco da Renda


ALEGRIA

Está presente em tudo e em todo o Ser,
Mas (quase) nunca damos pela sua presença.
Manifestamos tantas emoções, com uma sentença:
Não sejas infeliz, pois o Paraíso hás-de o ver!

Todos os dias eu sinto a Alegria,
Está-me no corpo, no pensamento e na minha mão,
Só preciso é de usar, com muita Mestria
O que os mais sábios me puseram no coração.

Se fosse fácil calcular esta poção
Não haveria dôr, sofrimento ou degradação
Pura e simplesmente.

O que nos faz entrar por uma porta
Inacessível, encerrada e torta?
É a Alegria que nos é, inerente.

Estoril, 29 de Maio de 2004

Francisco da Renda

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