terça-feira, 10 de julho de 2007

CATAVENTO

Ao sentir o vento
Lá vai o Catavento,
E que bonitos eles são.
São Galos, são Rodas,
São Igrejas, são Casas,
São Devoção, são Crença,
São Superstição, são Icones,
São tudo o que
“Pensamos, Desejamos e Imaginamos”,
Sem “Presunção”, direi Eu,
Pois esta pertence aos Humanos.
Quem fica indiferente aos Cataventos?
“As Melgas” não serão,
“Os Sanzaleiros” também não,
Especialmente os que inventam
Palavras (como “Internécticas”),
Sonhos (como “Havemos de voltar”),
Poemas (como “Não sou de cá...”,etc).
Ainda bem que existem
Ficamos bem,
Para a Prosa trazer sentido
Mesmo sem nos conhecermos.

Estoril, 11 de Maio de 2003

Francisco da Renda


“CATUITO”

Quanto tempo passou a entender-te?
Corpo muito pequeno e deliciosamente ágil
Com tuas penas curtas, castanhas e polidas.
Da minha varanda, só queria observar-te,
Saltavas de ramo em ramo, muito frágil
Com as tuas asas serenamente mantidas.

Quantas vezes me puz no teu lugar?
Imaginei que queria ser pássaro
E que podia fazer como tu, voar,
Sem ter necessidade de ser ávaro.

Segui o teu percurso, imaginando-me
Que, seria o melhor dos seres falantes.
Continuo a saltar, revezando-me
Entre ti e outros amantes.

Estoril.16 de Dezembro de 2003

Francisco da Renda


CERTEZA

Sei do que sou capaz, pois então
Sei do que não vou ser ou fazer.
Não é isto, ter a certeza do querer,
Do existir, do raciocinar, sem emoção?

Pela certa, nasci num dia qualquer
Não me lembro do dito, foi há muito tempo.
Nesse mesmo dia, nasceu um malmequer
De certeza, em algum momento.

E o Sol nasceu, brilhou e encantou
Todos os Seres Vivos. E alguém amou
Tanto tanto que me iluminou.

O amanhã, também vai ter de certeza
Qualquer coisa de novo e com enorme beleza.
Sim, foi ele (o amanhã) que me procurou.

Estoril, 22 de Janeiro de 2004

Francisco da Renda

2 comentários:

GED disse...

Vi o teu catuitui quando lá estive.
Muito bonito.
O poema também.
Um abraço
Henrique

Albertina Fonseca disse...

Hoje num dos passeios virtuais que faço todos os dias encontrei este cantinho. Já li alguns dos poemas que estão aqui e gostei muito do "Certeza". Lindo!
Bjs